Trump ameaça Brics com tarifas 'de 100%' se substituírem o dólar como moeda oficial
Bloco quer atuar de maneira mais independente do uso do dólar nas suas transações internas.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump,
exigiu neste sábado (30) que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou
apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
"Exigimos
que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar
qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário,
eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a
maravilhosa economia norte-americana", escreveu Trump em sua rede social,
Truth Social.
"Eles podem
procurar outro 'otário'. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar
americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer
adeus aos Estados Unidos", acrescentou Trump.
Desde janeiro deste ano, o Brics tem dez membros plenos. Além de
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros
permanentes Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
Procurados, a Presidência
da República do Brasil e o Ministério de Relações Exteriores do país não
comentaram.
Em outubro, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião de cúpula dos
países do Brics em Kazan, na Rússia, que o
bloco de países emergentes avance na criação de meios de pagamento alternativos
entre si, fugindo da necessidade de uso do dólar.
O desenvolvimento de um mecanismo de
compensação de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no
Brics, que quer ver o bloco menos
dependente do uso do dólar nas suas transações internas.
O Brasil assume
a presidência do bloco a partir deste ano e durante 2025, e tem a intenção de
acelerar essa proposta e também ampliar a atuação
do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, atualmente presidido pela
ex-presidente Dilma Rousseff.
Encontro com
primeiro-ministro canadense
Neste sábado, Donald Trump também
se encontrou com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e disse que
tiveram uma reunião "muito produtiva".
Nela, os líderes
discutiram questões relacionadas à fronteira e outros tópicos, incluindo
comércio, energia e o Ártico.
“Discutimos
muitos tópicos importantes que exigirão que ambos os países trabalhem juntos para
resolver, como a crise do fentanil e das drogas que dizimaram tantas vidas como
resultado da imigração ilegal, acordos
comerciais justos que não prejudicam os trabalhadores americanos e o enorme
déficit comercial que os EUA têm com o Canadá”, disse Trump em um post no Truth Social.
“Trudeau se comprometeu a trabalhar conosco
para acabar com essa terrível devastação das famílias americanas”, acrescentou.
Embaixador na França
Ainda na onda de anúncios, o presidente americano eleito disse
escolheu o pai de seu genro Jared Kushner, o magnata do setor imobiliário Charles Kushner, para ser o
embaixador do país na França.
"Ele
[Charles Kushner] é um tremendo líder empresarial, filantropo e negociador, que
será um forte defensor representando nosso país e seus interesses", disse
Trump em um post no Truth Social.
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