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Manaus,21/11/2024

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Barroso após explosões no STF: “Onde nos perdemos em mundo de ódio?”

Barroso ressaltou que o atentado com explosivos reforça a “necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”


Barroso após explosões no STF: “Onde nos perdemos em mundo de ódio?”
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, abriu a sessão desta quinta-feira (14/11) com uma fala sobre as explosões em frente à Corte na quarta-feira (13/11), quando um homem deitou sobre um explosivo e se matou. O discurso institucional de Barroso envolveu tom de pesar, lamento e reflexão. O ministro ressaltou que o ato de Francisco Wanderley Luiz é gravíssimo e se soma a uma série de fatos que ocorreram no país nos últimos anos.

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Barroso questionou onde foi que o brasileiro se perdeu nesse “mundo de ódio, intolerância e golpismo”. “Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência? Estamos importando mercadorias espiritualmente defeituosas de outros países que se desencontraram na história.” Em seguida, o magistrado elencou, cronologicamente, incidentes que atentaram contra a democracia e desrespeitaram as instituições que compõem a República. “Esse episódio de ontem se soma ao que já vinha ocorrendo no país nos últimos anos”, disse na Corte.


  • Em fevereiro de 2021, um deputado divulgou um vídeo com discurso de ódio, ofensas e ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal, num grau inimaginável de grosseria e incivilidade;
  • Em outubro de 2022, um parlamentar, notório por esquemas variados, desrespeita ordem do STF e ataca os policiais federais com fuzis e granadas. Disse que era em nome da liberdade (caso Roberto Jefferson);
  • Em outubro de 2022, uma parlamentar persegue, de arma em punho, um cidadão que havia se manifestado criticamente – em tom, aliás, muito menos grave do que aquele a que todos nós vínhamos sendo submetidos (caso Carla Zambelli);
  • Ao longo dos meses de novembro e dezembro de 2022, após bloqueio de estradas, milhares de pessoas acamparam nas portas de quartéis por todo o país, pedindo desrespeito ao resultado das eleições e golpe de Estado. Muitos deles foram insuflados pela afirmação criminosamente mentirosa de que teria havido fraude nas eleições;
  • No dia 8 de janeiro de 2023, milhares de pessoas, mancomunadas via redes sociais, e com a grave cumplicidade de autoridades, invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes da República;
  • Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar.

Veja a linha do tempo da fala de Barroso:


Barroso ressaltou que “a gravidade do atentado desta quarta alerta para a preocupante realidade de que persiste no Brasil a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições, numa perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação. Reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”.

“Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência? Estamos importando mercadorias espiritualmente defeituosas de outros países que se desencontraram na história.”

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